O celular tem inúmeras utilidades, mas seu uso por crianças com menos de cinco anos é bastante perigoso. Os menores tem cinco vezes mais chance de desenvolver um cancro cerebral,
segundo um estudo realizado no Hospital Universitário de Orebro, Suécia.
Os pesquisadores afirmam que o uso muito precoce do celular está associado ao desenvolvimento de glioma e neuroma do acústico (que pode conduzir à surdez).
O fato de o crânio das crianças ser menos espessos também pode estar na origem deste risco aumentado em relação aos adultos, uma vez que essa característica as torna mais vulneráveis à radiação. Além disso, o seu cérebro e sistema nervoso ainda estão em desenvolvimento.
Os investigadores recomendam que as crianças com menos de 12 anos não tenham telefone próprio e que só usem o celular em caso de emergência. Quanto aos adolescentes devem usar auricular e dar primazia ao uso de sms em vez de chamadas de voz. Ressalvam contudo que são necessários mais estudos sobre esta matéria.
Na Grã-Bretanha, mais de 40 por cento das crianças têm celular próprio. Os especialistas temem uma «epidemia» destas doenças daqui a alguns anos.
A Agência Européia do Ambiente (AEA) tem recomendado a adoção do princípio de precaução para evitar os riscos da presença de campos eletromagnécticos.
Dos 9 aos 12 anos, 84 por cento das crianças portuguesas tem celular!
Em Portugal, um estudo de 2006 realizado com dados recolhidos nas escolas públicas do Porto revelou que uma em cada três crianças do primeiro ciclo do Ensino Básico têm celular. Este número sobre para o dobro (10 por cento) quando se trata do grupo de crianças de dez anos. Entre os miúdos de seis anos, 13 por cento têm celular, enquanto aos sete, esse valor sobe para os 23 por cento. Aos oito anos, quase quarenta por cento das crianças usa o aparelho.
Um terço das crianças que usam celular não teve qualquer informação por parte dos pais sobre o uso do equipamento. Neste estudo foram inquiridas mais de mil crianças com idades entre os seis e os 12 anos.
Num estudo de 2007, realizado por investigadores do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa, concluiu-se que dos 9 aos 12 anos, 84,2% das crianças têm celular. Dos 9 aos 18 anos, seis em cada dez alunos não desligam o aparelho nas salas de aula. Para 54 por cento dos 1.353 inquiridos, não ter o aparelho ou tê-lo desligado provoca muita ansiedade. Há quem chegue às 80 chamadas diárias e ao envio de 99 SMS.
Os celulares são de tal modo centrais na vida das crianças – cada vez mais cedo – que já se fala em dependência. Na Espanha há mesmo adolescentes que já foram internados para receber tratamento psiquiátrico devido a este «vício».
Publicamos outra matéria mostrando que filhos de grávidas que usam celular podem nascer com hiperatividade. Importante mesmo é a moderação.
Fonte de pesquisa: IOL