Baseados pesquisas recentes, cientistas afirmam que não se pode subestimar a curto e longo prazo as conseqüências das intimidações sofridas por crianças nas escolas. Uma pesquisa envolvendo 6.437 estudantes ingleses demonstrou que as crianças que sofrem de assédio moral estão mais propensas a ter de alucinações visuais ou auditivas, delírios ou paranóia, na adolescência.
Conforme texto de autoria de Patrícia Matey, publicado no jornal El Mundo, estes sinais psicóticos semelhantes àqueles vivenciados por pessoas com esquizofrenia são comuns durante a adolescência e idade adulta. Mas nem sempre são inofensivos. A literatura científica constatou que as crianças tiveram maiores risco de desenvolver esquizofrenia na idade adulta.
Novo estudo publicado recentemente na revista “Archives of General Psychiatry”, mostrou que 14% das crianças com idade de pelo menos 11 anos, com alguma forma grave de sintomas psicóticos, tem cinco vezes mais probabilidades de desenvolver a esquizofrenia do que os seus companheiros livres de alucinações ou delírios.
Andrea Schreier do Instituto de Investigação de Ciências da Saúde Escola Warwick (Reino Unido), principal autora do ensaio, revelou que até 46% dos participantes foram classificados como vítima de intimidação (bullying), na idade de oito a dez anos contra 53% que não sofreram tais abusos.
As que foram vítimas da intimidação tiveram quase duas vezes mais probabilidades de experimentar alucinações ou delírios. Algumas chegaram a ter sintomas psicóticos, uma forma mais grave e crônica do abuso.
É importante que especialistas tratem as vítimas de abusos sofridos na escola, a fim de prevenir problemas posteriores. Também, segundo o estudo, se faz necessário o desenvolvimento de programas preventivos, destinados a detectar e tratar precocemente os problemas mentais comuns e a psicose de crianças e adolescentes.