A chefe do Plano Internacional do Reino Unido, Marie Staunton, publicou um artigo no jornal inglês Guardian, comentando sobre a situação dramática de Mumo Katumo e sua família que vêm fazendo de tudo para se manterem vivos. Eles moram no bairro Masinga, Quênia oriental e sobrevivem com pouca comida, pouca água e sem esperança de ir à escola.
Mumo descreve a dor de sua fome: “Você fica entorpecido. Você perde a capacidade de fazer qualquer coisa. Às vezes eu penso que é como a sensação de morrer.”
No entanto, a Convenção dos Direitos da Criança foi introduzida para ajudar as crianças, meninos e meninas a enfrentarem uma batalha diária pela sobrevivência diante da extrema pobreza.
A boa notícia resultante da aprovação está relacionada ao tratamento de doenças infantis que resulta na sobrevivência de 3 milhões de crianças todos os anos, desde a década de 1980.
Houve avanços significativos na luta contra a poliomielite, mas ainda morre no mundo, de morte evitável, uma criança menor de cinco anos, a cada três segundos. Os jovens estão na linha de frente da luta contra mudanças climáticas. Seus pequenos corpos estão mais vulneráveis às inundações, tufões e secas, que têm aumentado em número e intensidade, durante os últimos 20 anos.
Estima-se que 160 milhões de crianças da próxima geração estão em risco de contrair malária e cerca de 900 milhões de europeus vão sofrer com a crescente falta de água. Entretanto, a crise financeira global atingiu principalmente os países mais pobres. O Banco Mundial estima que 50.000 bebês irão morrer na África subsaariana, região do continente africano ao sul do Deserto do Saara.
Onde estão os direitos das crianças, questiona Marie Staunton, em seu artigo. É verdade que 28 milhões de crianças vão para a escola mais agora do que há 20 anos, mas as crianças com deficiência e as meninas da escola secundária são muitas vezes incapazes de ter acesso a uma educação completa e realizar o seu potencial.
Defender os direitos dos cidadãos mais jovens não é apenas um problema do mundo em desenvolvimento, pois em partes da Europa as crianças ciganas são rotuladas como mentalmente deficientes e banidas da escola regular.
No Reino Unido, depois da recessão, o número de crianças com ambos os pais sem trabalho subiu para 18% e há uma pressão real sobre os pais dos 2,3 milhões de crianças que vivem na pobreza.
As crianças não são seres humanos com mini-direitos humanos, eles precisam de soluções adequadas. Devemos ouvir mais as crianças vulneráveis.