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Casamento infantil no mundo é mais comum do que se pensa


As estatísticas sobre casamento infantil mostram um número alarmante de crianças que estão sendo casadas no mundo por diferentes motivos, entre os quais fugir da fome, de abusos sexuais, de desastres naturais e até para se afastar da família.

A cada ano 10 milhões de crianças e adolescentes se um em a um homem, geralmente mais velho, uma prática mais comum em países da África e da Ásia.

“As famílias são obrigadas a fazer uma escolha. Se vivem, por exemplo, em áreas atingidas por tragédias naturais, como a seca, inundações ou tsunamis, ou de pobreza extrema, o casamento dos mais jovens torna-se uma questão de sobrevivência. Será possível cuidar melhor dos outros filhos e será uma boca a menos para ser alimentada”, disse Kanwal Ahluwalia, da Plan UK, uma entidade que combate o casamento infantil.

Segundo o site International Women´s health coalition, a Convenção das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos da Criança define criança como uma pessoa com menos de 18 anos, a menos que a maioridade seja legalmente alcançada mais cedo nos termos da legislação pertinente do país. Portanto, com algumas exceções, “casamentos de crianças” são geralmente entendidos como casamentos que acontecem antes dos 18 anos. Este relatório resumido foca o noivado e o casamento de meninas de 14 anos ou menos, especialmente vulneráveis a violações de sua saúde e de seus direitos e classifica tais casamentos como forçados, porque meninas tão jovens raramente têm capacidade jurídica ou interferência pessoal para desobedecer aos mais velhos ou para fornecer ou negar seu consentimento.

As leis e práticas do casamento são muito diferentes em cada parte do mundo. Na maioria dos países em desenvolvimento, de 20% a 70% das mulheres jovens casam-se (ou começam a viver com um parceiro) antes dos 18 anos de idade (ver tabela). Em muitos países, o casamento arranjado de meninas na puberdade, ou até antes, com o objetivo de “proteger sua virgindade” ou a “honra” da família, ou ainda para aumentar seu “valor de troca” nunca foi amplamente praticado; em outros, é comum entre alguns grupos. Os fatores socioeconômicos também desempenham sua função. Os pais podem sentir-se “forçados” a casarem suas filhas cedo por temerem por sua proteção e segurança econômica.

Jackson Rubem: Jackson Rubem, escritor e jornalista
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