História
O pião é uma das brincadeiras de crianças mais antigas, pois já existia desde o ano 4.000 a.C., período em que foram encontrados alguns exemplares feitos com argila, nas margens do rio Eufrates.
Pinturas antigas trazem vestígios da existência do pião. Também alguns textos literários, onde é citado como brinquedo/jogo. O político e historiador romano Marco Porcio Catón citou o pião em seus textos. O escritor Virgílio (século I a.C.) também mencionou o pião.
O Museu Britânico tem o pião mais antigo do mundo, encontrado em Tebas, cuja datação é do ano de 1250 a.C.
O folclorista Luiz da Câmara Cascudo definiu o pião com estas palavras:
“Pião, brinquedo de madeira piriforme, com ponta de ferro, por onde gira pelo impulso do cordão enrolado na outra extremidade puxado com violência e destreza”. (…)
Material e fabricação do pião
Os piões eram feitos de madeira, em forma de pera e com uma ponta metálica na parte afunilada, desde os tempos mais remotos. Artesões os construíam usando madeiras duras (Crataegus monogyna] Citrus, azinheira ou buxo, dentre outras com a finalidade de serem resistentes para suportar os golpes que recebiam durante os jogos. Também têm sido encontrados exemplares de piões feitos de argila de civilizações antigas com a de Tróia.
Além dos artesões, as próprias crianças fabricavam seus peões com madeira de Fagus sylvatica ou azinheira que talhavam toscamente, colocando neles por fim um pedaço de ferro como ponta. As crianças construíam alguns piões com frutas secas, que faziam ruídos ao girar devido às sementes que levavam dentro. As crianças guayaberas fazem piões pequenos feitos de noz de tucumã (Astrocaryum aculeatum).
A fabricação do pião está massificada, atualmente. Usam-se diversos tipos de madeiras e também materiais sintéticos, como a fibra de carbono e outros polímeros, importados de países asiáticos como a China e Taiwan, além dos Estados Unidos nas Américas.
Modalidades de jogos com pião
Logo que inventaram a forma de fazer o pião girar, surgiram ideias para diferentes tipos de jogos, com vários níveis de dificuldade. Seguidamente são mencionados os mais tradicionais e conhecidos, listados na Wikipédia e divididos em individuais e coletivos.
Individuais
Ponte ou teleférico: Com uma mão, agarra-se os dois extremos do cordel e estica-se. Na ponte que é formada, faz-se o pião “dançar”. Ao levantar uma das duas mãos pode-se inclinar o cordel de tal maneira que o pião deslize.
Fazer o pião “dançar” na mão
Pode-se fazer com que o pião gire em cima da palma da mão. Outra forma é dar-lhe um golpe certeiro e fazer com que salte em cima da palma da mão onde está.
Lançamento ao ar
Consiste em lançar o pião e antes que este atinja o chão e a corda se desenrole totalmente, se o traga de volta até à mão, fazendo com que o pião fique a rodar ali.
Deslizamento
Enquanto o pião gira, com a ajuda do cordel movimenta-se o pião de um lugar para outro.
Lançamento
Enquanto o pião gira no chão, enrola-se o cordel ligeiramente à sua ponta e puxa-se para cima. Nisto, o pião salta e vai cair, continuando a girar, seja no chão ou na mão.
Coletivos
Sacar objetos
Forma-se um círculo no chão, em cujo centro cada jogador coloca uma bola-de-gude, outro pião, ou mais usualmente, uma moeda, e depois de cada um lançar o seu pião, recolhe-se o mesmo na mão e tenta-se lançá-lo contra uma das moedas (ou outro objeto) a fim de tirá-la do círculo, repetindo a operação enquanto o pião continuar girando. Quem consegue tirar a moeda do círculo, fica com ela. Quando o pião deixa de girar, passa a ser a vez de outro jogador.
Parte-piões (pião das nicas)
Forma-se um círculo no chão, em cujo centro se coloca um pião, contra o qual se lançam os outros piões com a finalidade de destruí-lo. O jogador que falhar o “tiro” terá de substituir o pião do centro (o pião das nicas, ou piasca) pelo seu próprio.
Parte-piões, de maior dificuldade
Forma-se um círculo no chão e um dos participantes tem de lançar o seu pião, ficando este girando no centro do círculo. Os outros jogadores lançam os seus piões contra esse que gira no centro. Quando o pião para de girar, precisa ficar fora do círculo, para que o dono o recolha. Se não ficar fora do círculo, passa a ser a “vítima” e apenas poderá sair com os golpes ou choques dos outros.
Tira-piões
Forma-se um círculo no chão e os participantes precisam atirar o seu pião a fim de ele ficar girando dentro do círculo. O pião que acabe por sair do círculo, por causa do impacto com os outros piões, perderá.
O pião e a música
Uma famosa cantiga de roda foi feita inspirada no pião e a sua letra diz assim:
O pião entrou na roda, ó pião
O pião entrou na roda, ó pião
Roda pião, bambeia pião
Roda pião, bambeia pião
Sapateia no terreiro, ó pião!
Sapateia no terreiro, ó pião!
Roda pião, bambeia pião
Roda pião, bambeia pião
Mostra tua figura, ó pião
Mostra tua figura, ó pião
Roda pião, bambeia pião
Roda pião, bambeia pião
Faça uma cortesia, ó pião
Faça uma cortesia, ó pião.
Roda pião, bambeia pião
Roda pião, bambeia pião
Olá Jackson!
Cara esse post está de mais. Gente não perco a oportunidade de apresentar esses brinquedos ao meu filho, hoje tem 08 anos.
Até aqui, já apresentei vários piões que era de época o uso destes, o meu momento de fazer valer as habilidades de carpinteiro adquerida do meu pai, e dava para ganhar um troco viu, as madeiras eu usava goiabeira, ingazeira, araçazeiro, murtim enfim, não deixava os colegas sem brincar!!
Obrigado, Geraldo, por comentar.
Interessante é que eu também fazia isso, mas atualmente não consigo fazer.
Tempos bons aqueles, melhor do que o de hoje onde crianças só brincam com eletrônicos e muitas já tendo problemas como LER e outras doenças.
Fui uma criança muito ativa nessa brincadeira, não encontrei nesta publicação, uma peculiaridade que consigo execultar até hoje aos 66 anos: jogar o pião e puxá-lo antes que atinja o chão e ampará-lo no cantinho da unha do polegar direito, alguém aí já conseguiu fazer isso?
Você está correto, Tarcisio.
Acho que muitas das crianças de hoje deviam estar jogando pião e não assaltando, roubando e matando para manter vícios de crak, coca, etc.