Brasil precisa de lei para conservar sua tradição oral

 

Tradição oral - mula sem cabeça
Tradição oral – mula sem cabeça

A ministra da cultura, Ana Holanda, disse que o Brasil precisa de uma lei para conservar sua tradição oral, enquanto participava do Encontro Nacional da Rede Ação Griô, no Palácio Gustavo Capanema, no Rio, ontem (15).

Ela disse que os griôs são pessoas que preservam a tradição oral de um povo, repassando oralmente de pai para filho, através das gerações:

“Os griôs trazem tradição oral das suas raízes africanas e indígenas que mais influenciaram a cultura popular brasileira. Eles trouxeram por séculos essa tradição e esse conhecimento, passando de pai para filho, e isso tem que ser apoiado. Eles estão propondo uma lei e nós vamos ver como podemos trabalhar juntos”, disse a ministra.

Ministra da cultura Ana de Holanda defende Lei Griô Nacional
Ministra da cultura, Ana Holanda

A Lei Griô Nacional foi eleita como uma das 32 prioridades do Ministério da Cultura (MinC), durante a Conferência Nacional de Cultura, realizada em março de 2010. O objetivo é instituir uma política nacional de transmissão de saberes e fazeres de tradição oral.

A aprovação da Lei Griô também foi defendida pela secretária de Cidadania e Diversidade do MinC, Marta Porto. “A lei vai dar estabilidade para os movimentos culturais. No caso dos griôs, é de suma importância, porque a tradição oral não está escrita nem regulamentada, mas exige de nós uma atenção especial em fazer disso uma política de Estado.”

De acordo com a história, os griôs surgiram há 4 mil anos, na Região Sul do Saara africano. Eles eram contadores de histórias ou trovadores que iam de um lugar a outro levando informações registradas apenas na memória, sem qualquer uso da escrita. No Brasil, os griôs ainda existem, principalmente em municípios do interior, ajudando a preservar a cultura popular por meio da oralidade, conforme notícia da Agência Brasil/Vladimir Platonow.