O Brasil “chegou tarde” se considerarmos as políticas públicas para a juventude, pelo menos é o que pensa o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann.
Em um documento com 320 páginas, publicado em PDF, o instituto o instituto faz uma análise da situação dessa população em relação ao acesso a diversos direitos, como educação, saúde, cultura e segurança, conforme Agência Brasil / Amanda Cieglinski:
“Mesmo com a Constituição de 1988, ganhou mais importância o tema da criança e do adolescente. Há uma série de êxitos nas políticas para esse segmento, no entanto a inserção dos jovens nas políticas públicas é algo muito recente ”, apontou. O Brasil possui hoje uma população de 50 milhões de jovens (entre 15 e 29 anos), o que representa 26% do total de 190 milhões de brasileiros. O estudo do Ipea aponta, por exemplo, que 31% podem ser considerado pobres e apenas 13% têm acesso ao ensino superior na faixa etária dos 18 aos 24 anos.
Na avaliação do diretor de estudos e políticas sociais do instituto, Jorge Abrahão, a juventude entrou na agenda de políticas públicas somente no final dos anos 90. Segundo ele, nos últimos anos a “institucionalização” dessas políticas resultaram em melhoria para o jovem. Ele cita como pontos importantes a criação da Secretaria Nacional da Juventude e do Conselho Nacional da Juventude, em 2005.
“Avançamos muito mais nos últimos cinco anos do que se fez em décadas no Brasil. O país entrou tarde na atenção ao jovem, mas entrou forte. Temos uma longa trajetória pela frente”, defendeu o secretário nacional da juventude, Beto Cury.
Mas Pochmann acredita que falta coordenação e articulação entre as diversas políticas públicas voltadas para a juventude. “Elas padecem de um problema que é a baixa coordenação. Temos programas em diferentes ministérios no governo federal e diversas políticas em âmbito estadual e municipal. Sem uma coordenação, a capacidade ser eficiente e reduzir custos fica comprometida”, afirma.