Bebês preferem a voz da mãe a outras vozes e são capazes de discernir o conteúdo emocional das mensagens enviadas a eles, baseados na entonação da voz de quem fala. Sentem então forte motivação para imitar, a fim de criar laços efetivos, segundo o estudo publicado na edição online da revista Currente Biology.
Bebês franceses tendem a chorar em um tom ascendente, enquanto os alemães choram em tom descendente, uma das diferenças característica entre os dois idiomas. A descoberta sugere que os bebês captam elementos do que será seu idioma, ainda no ventre da mãe, muito antes das primeiras balbuciações. Ou seja, bebês choram em inglês, francês, alemão, japonês, qualquer que seja o idioma de sua mãe.
“A descoberta mais dramática deste estudo é que os bebês não só são capazes de reproduzir sons diferentes quando choram, mas preferem os padrões sonoros típicos do idioma que ouvem durante a vida fetal, no último trimestre de gestação”, destaca uma das autoras do estudo, Kathleen Wermke, da Universidade alemã de Würzburg.
Ela lembra que, contrariando o que mostra as interpretações mais ortodoxas, estes dados reforçam a importância do choro para o desenvolvimento da linguagem.