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    Categories: Natureza

Bahia e Ceará foram recordistas na destruição da caatinga

Caatinga destruída (Foto: Jackson Rubem)

Caatinga (do Tupi: caa (mata) + tinga (branca) = mata branca) é um tipo de vegetação existente apenas no bioma brasileiro, abrangendo parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia (região Nordeste do Brasil) e parte do norte de Minas Gerais (região Sudeste do Brasil). É  formada por pequenas árvores, comumente espinhosas, que perdem as folhas no curso da longa estação seca.

Apesar de ser um patrimônio tipicamente nacional, alguns brasileiros estúpidos, a maioria deles no poder, estão acabando com a caatinga.  O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou hoje (2) que de 2002 a 2008 foram desmatados 16.576 quilômetros quadrados na Caatinga, o que equivale a 2% do bioma no país.

A área de Caatinga, mapeada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), é de 826.411,23 quilômetros quadrados. Desses, 45,39% não existem mais.

A árvore maior é uma planta chamada barriguda (Chorisia glaziovii.) e no canto a esquerda um pé de mandacaru. A barriguda passa por três fases durante o ano: cheia de folhas verdes, depois ela enche de flores lindíssimas e por último fica no estado em que você está vendo. A área onde se encontra foi desmatada, restando apenas ela e o mandacaru (Foto: Jackson Rubem)

Para o ministro, o número é muito alto. “Podemos dizer que equivale proporcionalmente à área desmatada na Amazônia se considerarmos que a Amazônia é cinco vezes maior que a Caatinga”.

Os estados que mais desmataram foram a Bahia e o Ceará. Juntos, eles desmataram quase 9 mil quilômetros quadrados em seis anos.

Fica a pergunta: não seria mais viável as autoridades governamentais estimularem a exploração da caatinga para o turismo rural, medicina natural, criação de abelhas, entre tantas outras maneiras?

A agricultura no sertão nordestino está sendo abandonada, por conta da ausência de chuvas. As roças abandonadas acabam se tornando uma espécie de deserto, um cenário bem parecido com o descrito em Vidas Secas, na obra de Graciliano Ramos.

Jackson Rubem: Jackson Rubem, escritor e jornalista
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