Li no jornal espanhol El Mundo uma notícia preocupante acerca do aquecimento global e suas conseqüências. Segundo o referido jornal, um estudo feito pelo Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) mostra a ocorrência de uma mortalidade em massa de espécies bentônicas, ou seja, de animais que vivem no fundo do mar.
O aquecimento das águas diminui a quantidade de nutrientes, afetando a comunidade de invertebrados e bivalves das águas profundas.
A pesquisa foi publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences E.U.A. No artigo científico que descreve os períodos extremamente longos do Verão de 1999 e 2003 descobriram a mortalidade em massa em um trecho de mais de 500 km do Mar da Ligúria e em quase totalidade do noroeste do Mediterrâneo.
Além da mortalidade em massa de espécies de gorgonians (octocorals) o aquecimento global também está afetando outros grupos como corais, zooantarios, esponjas, bryozoans e bivalves, coralinas componentes da comunidade, uma das mais diversa e abundante no Mediterrâneo com mais de 1600 espécies.
Segundo o pesquisador e co-autor do trabalho Rafael Coma:
“A causa da morte desses organismos é o estresse fisiológico, devido a limitações energéticas. Altas temperaturas implicam em um maior esforço respiratório e não há tanta comida disponível, já que os nutrientes não sobem das águas profundas mais frias”, disse o pesquisador Rafael Coma.
Marta Ribas co-autora enfatizou:
“O aumento da mortalidade provocará mudanças profundas na composição das comunidades que vivem no litoral, nas camadas superiores do mar”.
O estudo se tornou possível graças a uma análise de uma série de temperaturas do mar coletadas por Josep Pascual, desde os anos 70.