Alguns pesquisadores afirmam que a expressão América Latina teria sido cunhada pelo imperador francês Napoleão III, que citou a região e a Indochina como áreas de expansão da França na metade do século XIX. Na mesma época, foi criada o conceito de Europa Latina, que englobaria as regiões de predomínio de línguas românicas. Pesquisas sobre a expressão direcionam para Michel Chevalier, que citou a frase América Latina em 1836, durante missão diplomática feita aos Estados Unidos e ao México.
A América Latina tem 471 milhões morando em cidades, equivalente a 79% do total de sua população e por conta disso é a região mais urbanizada do planeta. Em 1950, a proporção da população urbana era de apenas 41%. Os dados foram divulgados hoje (25) pelo estudo Estado das Cidades da América Latina e do Caribe, realizado pela Agência para Habitação das Nações Unidas (ONU-Habitat).
Segundo o estudo, o processo de urbanização da América Latina pode ser considerado exitoso, já que trouxe riqueza, aumento da expectativa de vida e acesso a serviços públicos básicos para muitas pessoas. De acordo com a ONU-Habitat, é nas cidades que se concentra a maior parte da riqueza, conforme noticiado na Agência Brasil/Vitor Abdala:
Mas, por outro lado, o processo de urbanização latino-americano também se deu de forma muito desigual, isto é, com grandes diferenças entre ricos e pobres. A América Latina é considerada, pelo estudo, a mais desigual do mundo e tem cerca de um quarto da população de suas cidades vivendo em favelas ou assentamentos precários.
“A América Latina é, em geral, muito desigual. E isso tem criado muitos problemas dentro das cidades, com informalidade na moradia e no emprego”, afirma Alan Gilbert, um dos autores do estudo.
Segundo a coordenadora do escritório da ONU-Habitat para a América Latina, Cecília Martinez, o estudo também traz algumas recomendações aos governos, como revitalizar áreas degradadas para aproveitar melhor os espaços da cidades, evitar o crescimento desordenado nas periferias e trabalhar a questão da sustentabilidade ambiental desses espaços.
“As cidades podem ser muito positivas e elas têm solução. Isso depende muito das decisões políticas que os prefeitos e governadores tomem sobre suas próprias regiões e próprias cidades. Em dez anos, se pode melhorar ou piorar muito as cidades”, disse Martínez.