Hoje (25) é Dia Nacional da Adoção de Crianças. Há quem questione que se trata de uma data como qualquer outra, pois em nosso país existe muita dificuldade para alguém adotar uma criança.
Houve avanços para reduzir o tempo, mas tão insignificantes que são quase imperceptíveis. Adotar continua sendo uma tarefa bem complicada. Para se ter uma ideia do problema, basta analisar os Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo a entidade, o cadastro tem 33,5 mil pretendentes querendo adota ruma criança e apenas 5,7 mil crianças aguardando serem adotadas.
Isso mostra o quê? Uma grande disputa por crianças, pois são quase seis pretendentes para cada criança a ser adotada, segundo informações da Agência Brasil.
Sendo assim, porque estas autoridades brasileiras que adoram buRROcratizar, não trabalham no sentido de simplificar, evitando perca de tempo e até mesmo desistências? Muitos pretendentes podem ser vencidos pela burocracia e acabar desistindo da adoção legal.
Um desses casos é o da trabalhadora doméstica Claudete Dias, que está esperando há oito meses na fila de adoção. Ela está na fila por uma criança parda com menos de 3 anos de idade. “É uma burocracia muito grande. Eu e meu marido passamos um pouco de vergonha porque o médico psiquiatra achou que nós não éramos capazes, porque eu estava com 49 anos de idade.”
Barbara Toledo já adotou duas crianças e disse que crescer em uma família é um direito de todos. “Adoção é uma forma legítima de se tornar família e tem de ser protegida pela legislação e pelo Estado. Temos que despertar para o abandono das crianças nas instituições, que estão passando vários aniversários sem família.”
Os grupos de apoio à adoção tentam estimular casais a adotarem crianças mais velhas. A advogada Dália Taiguara, de 44 anos, diz que não demorou na fila. Dália é casada com outra mulher e diz que o fato de as meninas terem duas mães não é o principal problema no trâmite da adoção. “Eu não demorei muito por causa do perfil [pretendido]. Em 2009 eu queria uma criança até 5 anos e fiquei um mês na fila. Já com a outra nem na fila eu fiquei, por causa da idade e da cor. Negra e 12 anos.”
O empresário Nagib Pachá Junior, de 62 anos, diz que no início ficou reticente com o processo de adoção, mas que, no final, mostrou-se feliz pela insistência da esposa: “Eu estou aprendendo junto com ele. Vale a pena. Bom para ele, muito melhor para nós.”
Este mês, o CNJ lançou uma nova versão do Cadastro Nacional de Adoção (CNA). A expectativa é que, com o cruzamento de dados entre os pretendentes e as crianças de todo o Brasil, o processo seja mais rápido.
Você pode saber tudo sobre adoção de crianças, através deste FAQ, em O Brasileirinho.