Diarreia mata mais crianças do que a AIDS, a malária e o sarampo juntos. Esta doença, que já não preocupa os países desenvolvidos, é responsável por quase um em cada cinco mortes de crianças por ano, 1,5 milhões no total.
Um relatório da UNICEF e da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado hoje na revista médica The Lancet, prevê que as sete etapas para o controle desta doença não são cumpridas.
Segundo o relatório, menos de 40% das crianças que sofrem de diarreia em países em desenvolvimento recebem o tratamento recomendado, e o problema está estagnado desde 2000. Essas organizações recomendam como medidas de tratamento o uso oral de sais para a reidratação e suplementos a base zinco, ambos escassos nestes países.
Também não há qualquer progresso na prevenção, segundo o relatório, como o acesso à água potável, a amamentação do bebê, a imunização contra o sarampo e vitamina A. É necessário introduzir a vacina contra o rotavírus (responsável pela internação hospitalar de 40% das crianças menores de cinco anos de diarreia), melhorar a drenagem e acesso à água potável e conscientização das mães sobre a importância do aleitamento materno.
Os médicos Tessa Wardlaw, UNICEF, e Elizabeth Martins, do Departamento de Saúde Infantil e Desenvolvimento da OMS recomendam que “acelerar a aplicação da vacina contra o rotavírus na África e na Ásia, onde há o maior impacto, deve ser uma prioridade internacional”.
As medidas preventivas incluem vacinação contra rotavírus e o sarampo, a promoção do aleitamento materno em regime exclusivo e a administração de suplementos a base de vitamina A, a lavagem das mãos com sabão, melhorando a qualidade e quantidade da água, incluindo a armazenagem e tratamento em casa, e promover o saneamento em todos os municípios. (Fonte: El Pais)