A dengue mata mais uma criança no Rio de Janeiro

Dengue

A morte de mais uma criança com suspeita de dengue no RJ, fato confirmado hoje (21) , pelo Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na zona oeste do Rio, mostra principalmente o
desleixo das autoridades daquele estado para com o a população.

É uma pena que a menina Ana Clara Gonçalves, de sete meses, tenha sido vítima de mosquitos facilmente combatidos, se houvesse uma presença mais constante das autoridades junto com população, fora da época das campanhas políticas. Se os políticos estivessem presentes, sentiriam na na pele o que os seus eleitores sentem e seriam ágeis na resolução de problemas.

As autoridades tentaram disfarçar a causa da morte de Ana Clara, colocando no atestado de óbito pneumonia como causa primária e dengue como causa de “morte terciária”.

“Nós não tivemos a confirmação, que é dada por um exame de sorologia para dengue ou teste rápido, mas o médico que atendeu à criança suspeitou que ela contraiu dengue devido ao número baixo de plaquetas”, explicou o chefe do plantão da emergência do Hospital Albert Schweitzer, Luiz Henrique Pereira.

Desde o início do ano, foram confirmadas as mortes de 49 pessoas vítimas de dengue no estado do Rio, sendo que cerca da metade correspondia a crianças de 2 a 13 anos, segundo a Secretaria estadual de Saúde.

Segundo a agência Brasil, na primeira quinzena de maio, o Hospital Albert Schweitzer atendeu a 495 pessoas com suspeita de dengue, e segundo o médico Luiz Henrique Pereira, as duas enfermarias reservadas para esses casos na unidade estão sempre lotadas.

O pronto atendimento e a emergência do hospital também estiveram lotados durante toda a tarde de hoje. A manicure Carla Rodrigues, de 32 anos, foi visitar a filha de 12 anos que está internada vítima de dengue, e disse que os casos só aumentam, principalmente em crianças.

“Os médicos estão fazendo o que podem, mas eles não dão conta de atender a tanta gente. Só nesta semana três vizinhos meus pegaram dengue”, disse.

Em toda a extensão da entrada do hospital pode ser visto uma água aparentemente limpa e parada. Segundo os moradores da região, o problema teria começado há três meses e seria resultado de um cano de água danificado.

Nas farmácias próximas ao hospital, os estoques de repelentes foram zerados.

A zona oeste é a área considerada mais crítica na cidade.

Percebemos a necessidade de mudanças na legislação brasileira, de forma a possibilitar que políticos irresponsáveis sejam punidos rapidamente, caso não exerçam com responsabilidade o mandato que lhe foi concedido.