Carro, bicicleta, gado e andar a pé, tudo a ver com mudanças climáticas

(Foto: http://www.thelancet.com/)

  • Inundações, seca, aquecimento global, redução das calotas polares
  • Reduzir poluição andando de bicicleta em vez de carro
  • Comer menos carne,colaborar com o clima e reduz mortes

As mudanças climáticas já afetam a saúde humana no planeta Terra e se os governantes não tomarem uma ação decisiva para minimizar a situação dramática em que vivemos, os problemas como a desnutrição, as mortes, os ferimentos devido a condições meteorológicas extremas vão piorar bastante. Esta é a conclusão de um grupo de cientistas de diversos organismos internacionais, financiados e coordenados  pelo Wellcome Trust, Reino Unido e divulgados pela revista The Lancet.

Entre os diversos trabalhos científicos, escritos por eles, sobre mudanças climáticas, alguns constam conselhos simples para minimizar as consequências, como por exemplo reduzir a poluição andando de bicicleta em vez de carro. Consumir menor quantidade de carne teria efeitos diretos e indiretos sobre a saúde e o clima. O que é bom para o homem é bom para o planeta e vice-versa, concluem os cientistas.

A diretora da Organização Mundial de Saúde, Margaret Chan, disse: “As consequências do saque que temos submetido o planeta Terra, durante décadas estão aí para quem quiser ver: inundações, seca, aquecimento global, redução das calotas polares … Argumentos ao longo dos anos por aqueles que acreditavam na mudança do clima foram desconsiderados.

Agora, especialistas chamam a atenção para as consequências que a deterioração progressiva do planeta pode ter sobre a saúde das pessoas. “ “Os legisladores devem saber que, direcionando seus esforços em certas direções, podem ter benefícios significativos para a saúde pública e para o clima”, explicou Kirk R. Smith, professor de saúde ambiental global na Universidade da Califórnia em Berkeley (Estados Unidos), o principal promotor dos trabalhos publicados na revista The Lancet.

A análise científica foi realizada em países ricos e pobres. Os países pobres são provavelmente os que mais vão sofrer com os impactos das alterações climáticas.

Transportes, agricultura e pecuária

Se londrinos substituíssem o transporte motorizado e passassem a andar mais a pé ou de bicicleta, as doenças do coração seriam reduzidas em 10% -19% em 2030, acidente vascular cerebral em 10% -18%, demências 7% -8% e câncer de mama em 12% -13%. O transporte é uma das principais fontes de poluição do ar, mas não é o único.

A agricultura e a pecuária contribuem com 10% a 12% dos gases que geram efeito de estufa e o desmatamento com 6% a 17%. Longe de diminuir, a perspectiva é que, em 2030, a produção de carne seja aumentada em 85% em relação a 2000, com consequências relevantes sobre o meio ambiente. Uma diminuição de 30% no consumo de gorduras saturadas de animais significaria uma redução de 17% das mortes por doenças do coração no Reino Unido ou em São Paulo (Brasil) e outras decorrentes como a obesidade e o câncer.

A diretora do National Institute of Environmental Health Sciences, do Reino Unido, Linda Birnbaum, que também participou da pesquisa, disse: “Agora temos exemplos reais de como podemos conservar o ambiente, reduzir a poluição atmosférica e aliviar seus efeitos sobre a saúde. É uma situação em que todos sairíamos ganhando”.