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12 por cento das crianças portuguesas já sentiu medo de acessar a Internet

Milhares de crianças já tiveram medo de acessar a internet. Foto: Pixabay

A quantidade de crianças portuguesas que já teve medo de usar a Internet é surpreendente: 12 por cento. Os os rapazes tiveram medo principalmente dos vírus, mas também há quem tenha medo de intrusos ou de ver «coisas proibidas», conforme um estudo divulgado esta terça-feira e citado pela Lusa.

O projeto de investigação «Crianças e Internet: usos e representações, a família e a escola», coordenado por Ana Nunes de Almeida, ainda não está concluído, mas já é possível conhecer os resultados dos inquéritos realizados a cerca de três mil crianças entre os 10 e os 15 anos de 150 turmas do ensino público e privado de todo o país, conforme publicado no diário IOL:

12 por cento assumiu sentir medo ao usar a Internet. Medo de estranhos aparece como o principal receio. Os mais novos temem que os desconhecidos consigam ficar com informações pessoais, mas também há medos relacionados com «os problemas de pedofilia que existe na Internet hoje em dia».

Medo que «alguém, por ter Hi5, possa ver a minha casa e raptar-me ou fazer mal à minha família» é outra das frases escolhidas pela coordenadora do projeto para ilustrar os receios dos mais novos, que estão cada vez mais habituados a usar a net (o estudo concluiu que 99 por cento das crianças tinha acesso à net).

Medo «das pessoas que nos convidam para sair e depois nos matam» é outra das frases que consta do relatório realizado pela equipa do Instituto de Ciências Sociais e financiado pelo Fundação Caloustre Gulbenkian.

«Uma vez eu estava no Messenger e adicionou-me um senhor de idade que se queria encontrar comigo, mas eu chamei logo a minha mãe e apaguei-o», lê-se ainda.

Os vírus e problemas técnicos surgem em segundo lugar, com 35 por cento dos jovens a assumir que temem perder programas ou ficar sem o computador. «Ver coisas proibidas, horríveis!» surge em terceiro lugar, com os inquiridos a explicarem que temem dar de caras com programas pornográficos, imagens violentas ou «coisas más de monstros no youTube e no Google».

Finalmente, as crianças temem infringir as regras porque sabem que isso pode significar um castigo: ficar sem acesso à Internet e ao computador.

Os pais mais qualificados são os que impõem mais regras para o uso da Internet fora da escola. Ana lembra que até já existem programas capazes de ler os e-mails dos filhos.

Apesar de 90 por cento das crianças e adolescentes utilizar a Internet para comunicar com os amigos, 16 por cento disse comunicar com estranhos.

Jackson Rubem:
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